Oii Clientinhos e clientinhas e meus leitores amados.
Hoje eu venho aqui falar de uma técnica que já é usada a bastante tempo nas grandes clínicas estéticas, mais por conta do modismo de outras técnicas acabou ficando esquecida. Mais não significa que não é boa. Vem comigo conhecer um pouco sobre eletrolipólise?!?
A eletrolipólise também chamada de eletrolipoforese é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e acúmulo de ácidos graxos localizados. Caracteriza-se pela aplicação de microcorrentes específica de baixa freqüência (ao redor de 25 Hz) que atua diretamente a nível dos adipócitos e dos lipídios acumulados produzindo sua destruição e favorecendo sua posterior eliminação.
A Célula e a Eletroterapia:
A
célula é um elemento vivo que possui a capacidade de reagir aos
estímulos elétricos, da mesma forma que reage a estímulos de natureza
hormonal, térmica, mecânicas e fotoquímicas.
A
eletrolipoforese terapêutica como dito anteriomenente atua a nível do
tecido adiposo, produzindo sua destruição e eliminação. O campo elétrico
que se origina entre os eletrodos, provoca a nível local, uma série de
modificações fisiológicas que são responsáveis pelo fenômeno da
eletrolipólise. Os principais efeitos fisiológicos proporcionados pela
eletrolipólise são:
1) Efeito Joule
Em virtude do
efeito Joule, a corrente elétrica, ao circular por um condutor, realiza
um trabalho que produz calor ao atravessar o mesmo. O aumento de
temperatura que é produzida na eletrolipoforese, não atinge tecidos
orgânicos, visto que se trata de uma corrente com uma intensidade muito
pequena, porém suficiente para contribuir para instalação de uma
vasodilatação com aumento de fluxo sangüíneo local. Desta forma é
estimulado o metabolismo celular local, facilitando a queima de calorias
e melhorando o trofismo celular.
2) Efeito eletrolítico
Em
condições normais a membrana celular é semipermeável, que separa dois
meios de composição iônica diferente: o meio intracelular é
eletronegativo e o meio extracelular é eletropositivo. O campo elétrico
gerado por esta corrente na eletrolipoforese, induz o movimentoiônico
que traz consigo modificações na polaridade da membrana celular. A
célula tende a manter seu potencial elétrico de membrana normal, e essa
atividade consome energia a nível celular.
3) Efeito de estímulo circulatório
O
ligeiro aumento de temperatura que se instala no local (efeito Joule)
contribui em parte para a instauração de uma vasodilatação, pois a
corrente atua com estímulo direto nas inervações promovendo uma ativação
da microcirculação. Já foi demonstrado em em estudos que a freqüência
de 25 Hz é mais eficaz para tratar alterações circulatórias e
congestivas.
4) Efeito neuro-hormonal
O tecido
adiposo representa a principal reserva energética do organismo. Longe de
um simples reservatório, o adipócito possui uma intensa atividade
metabólica: forma triglicerídeos (liposíntese) e os armazena,
decompondo-os (lipólise) segundo a demanda do organismo. A mobilização
das gorduras de reserva, ou seja a lipólise , se realiza graças a uma
enzima hormônio-dependente, a triglicerideolipase. Esta enzima
desintegra os triglicerídeos em ácidos graxos e uma molécula de
glicerol. Os ácidos graxos assim produzidos são em grande parte,
expulsos da célula a menos que estejam em um local com excesso de
glicose, e que voltam a formar triglicerídeos; ao contrário, o glicerol
liberado, não pode ser usado novamente e é captado pelo fígado que o
metaboliza em glicose.
Cada adipócito contém grandes quantidades
da enzima digestiva de gordura, em sua forma inativa, a lipase. Alguns
hormônios, em especial o cortisol, do córtex suprarenal, e a epinefrina,
da medula supra-renal, podem ativar a lipase. O sistema neuro-hormonal
influi sobre a lipólise: a estimulação do sistema simpático a ativa,
enquanto a estimulação parassimpática diminui.
O Sistema Nervoso
Simpático atua por mediação das catecolaminas (adrenalina e
noradrenalina):a ativação destas últimas se efetua por itermédio do AMP
cíclico, que estimula certas proteinquinases, o que determina a ativação
de lipase tissular.
Quando se utiliza uma corrente especifica de
baixa freqüência durante a eletrolipoforese, produz- se uma estimulação
do Sistema Simpático, e como conseqüência ocorre a liberação de
catecolaminas com aumento do AMP cíclico intradipocitário, e aumento da
hidrólise dos triglicerídeos.
Alguns trabalhos já realizados com
esta técnica demonstraram a presença de quantidades significativas de
glicerol na urina, horas subseqüentes ao tratamento (sabe-se que em
condições basais o glicerol não é detectado na urina). Este fato indica
ativação da lipólise que se produz. Em conjunto, e como conseqüência de
todos os efeito mencionados, se induz um aumento do catabolismo local,
que se traduz clinicamente em uma redução do panículo adiposo, desde a
primeira sessão.
Princípios de ação da Eletrolipoforese:
A
Eletrolipoforese é uma forma de treinamento de Eletroterapia que
utiliza corrente bidirecional, com alternância de polaridade a cada
segundo que trata a gordura localizada e a celulite em seus diversos
graus através de uma estimulação da pele em 4 etapas como verão abaixo:
Para
que obtenhamos êxito na aplicação bem como no direcionamento das formas
de onda, temos que nos preocupar com o ajuste de freqüência, que data o
direcionamento e ação específica a cada forma de onda.
Onda A
- tem uma dupla aplicação, sendo a primeira uma forma de estimulação
com uma freqüência de 50 Hertz, o que neste caso superficializará seu
efeito, dando uma diminuição na resistência intrínseca da pele e uma
diminuição de uma sensibilidade de dor que possa ser referida pela
paciente.
Onda B – possui uma freqüência mais baixa, em
torno de 30 Hertz, destinada a uma ação preferencial na derme, com o
objetivo de estimular as células, principalmente o fibroblasto que
justifica a ação de melhora na tonicidade, e sobretudo a sua ação na
drenagem intersticial visando uma diminuição do edema instalado. Temos
aqui, tanto o efeito de vasodilatação pela ativação da microcirculação,
como também a ação anti-inflamatória pela reabsorção dos metabólitos.
Onda C
– esta forma de onda tem freqüência de 10 Hertz, atua diretamente sobre
o adipócito pela estimulação elétrica das terminações do sistema
neurovegetativo simpático. Esta estimulação agirá de forma a desencadear
uma liberação do AMP ciclo intra adipocitário.
Os adipócitos das
regiões envolvidas no processo celulítico assume uma atitude estática, e
esta forma de onda fará com que haja uma excitação celular,
incrementando o aumento na produção do AMP cíclico à produção dos
produtos da degradação dos lipídios.
A ação direta desta forma de
onda se dá diretamente sobre os receptores Beta determinantes da
ativação do AMP cíclico que estimulará a lipase inativa tornando-a que
liberará o triglicéride sob forma de ácido e glicerol.
Onda D
– esta onda tem a característica de estimulação direta muscular, sendo
que a freqüência de trabalho deve ser direta para o músculo, ou seja de 5
Hertz, e pode ser usada no final do tratamento para que através da
estimulação muscular tenhamos uma via a mais de eliminação dos produtos
oriundos da lipólise – eliminação de gordura.
A Eletrolipólise tem duas formas de aplicação, levando-se em conta as seguintes precauções iniciais:
- a pele deve estar íntegra, sem lesões cutâneas, observando-se ainda que a paciente não deve ter feito nenhum procedimento esfoliativo prévio, tal como depilação por cera;
- a região não pode Ter tumorações;
- a pele deve estar sem cremes ou produtos;
- pacientes que façam uso prolongados de corticóides e progesterona;
- pacientes que tenham doenças uterinas como fibromas.
correntes utilizadas para a prática da eletrolipoforese que
são alternadas. O pulso bifásico assimétrico (como o pulso do TENS), é
uma forma de onda utilizada na eletrolipoforese. As agulhas podem medir
entre 4, 5, 7, e 12 cm, introduzidas a nível hipodérmico, utilizando-se
uma distância de 4 cm entre elas. São sugeridas agulhas de acupuntura,
fabricadas em aço inoxidável ou em prata, descartáveis, medindo de 0,25 a
0,3 mm de diâmetro com comprimentos que variam de 1 a 3 cm, ou de 10 a
12 cm. Agulhas mais grossas (0,30 mm) podem apresentar melhorers
efeitos.
A técnica de aplicação consiste em colocar o paciente em
posição cômoda, com a área de tratamento exposta, antes de penetrar a
gulha e realizado os procedimentos de assepsia e antissepsia pertinentes
ao procedimento.
Nesta “zona” de tratamento normalmente pinçamos
o tecido, comprimindo a pele intensamente e procurando dar a angulação
necessária para a colocação da agulha. Com a outra mão seguramos a
agulha no máximo 0,5 cm da ponta do bisel. Evitando que no ato da
penetração, a agulha fique fletida e perca o direcionamento da mesma.
Devem ser introduzidos pares de agulhas de forma paralela, de acordo
coma saída dos cabos no aparelho. As agulhas são separadas por mais de 5
cm, de modo que cubram toda a área a tratar. Se inicia uma sessão
aumentando a intensidade gradativamente, partindo até o limiar
suportável do paciente.
Tempo deduração: 50 minutos, após
costuma-se aplicar algum tratamento complementar como: Estímulo
muscular, drenagem linfática, estimulação de pontos de acupuntura, etc.
Quase sempre é somado ao tratamento uma dieta hipocalórica e hidrosalina
controlada para favorecer a saída de água intra-celular.
A
intensidade da corrente aumentará em função da sensibilidade do
paciente, de forma que não resulte em dor intensa na pessoa tratada.
Vale ressaltar, que a pessoa tratada deve notar uma sensação de "pico
máximo não doloroso" e esta será ajustada segundo a tolerância do mesmo,
preocupando-se com a acomodação individual. Havendo a acomodação, a
intensidade deverá ser aumentada quantas vezes forem necessárias. É
necessário que o paciente sinta sensação de picadas que chegam ao limite
do desagradável. Durante a sessão e preciso aumentar progressivamente a
intensidade da corrente durante o processo de acomodação.
As sessões podem ser semanais, com um mínimo de 6, podendo alcançar até 10, devendo-se
levar
em conta que os efeitos se prolongam durante umas semanas a mais, sendo
que para julgar os resultados se espera até 45 dias após o fim do
tratamento. É sugerido uma aplicação por semana, os resultados tornam-se
mais significativos após a 3ª sessão.
Quando há o aparecimento de dor durante a introdução da agulha, significa que a mesma está
mal
posicionada ao entrar em contato com as aponeuroses da pele, que são
estruturas ricamente inervadas. As agulhas devem ser introduzidas sobre o
tecido cutâneo, a nível do panículo adiposo. Não deve ocorrer nenhum
sangramento e nenhuma dor deve ser manifestada. Esses fatos garantem a
implantação correta da agulha no tecido adiposo.
Método sem agulhas:
esta aplicação é feita por elétrodos de silicone condutivo, de
baixíssima resistência intrínseca, obedecendo o mesmo distanciamento, ou
seja, colocadas aos pares, com distanciamento de 5 a 6 cm. Deve se pôr
um gel condutivo, sem princípios ativos, dispondo
em regiões de acumulo de gordura, visando saturar pelo número de
elétrodos, 2 a 3 vezes por semana, dependendo do estágio da paciente,
variando o número de sessões de 20 a 30 sessões, sem também a
necessidade de fazer com que a paciente tome 2 litros de líquidos.
Esse método não tem tanta eficiência quanto ao método por agulhas por conta da impedância da pele e do tecido adiposo.
Tanto
para aplicação com agulhas quanto a sem agulhas, após a aplicação, deve
ser recomendado a paciente a não exposição ao sol, devido a
sensibilização causada pela aplicação. Também observamos que pode haver
eritemas – vermelhidões – na pele, principalmente na aplicação com
elétrodos epicutâneos – sem agulhas, fato este que pode se agravar se
não for levado em consideração a tolerância ideal junto à paciente. Esse
inconveniente, geralmente, ocorre por haver uma dose de ansiedade da
paciente, o que faz com que a mesma refira uma intensidade tolerável,
mesmo não sendo, o que levará a uma exposição da pele a uma carga
elétrica superior a sua tolerância.
INDICAÇÕES:
A principal indicação da eletrolipólise está no tratamento da obesidade localizada, celulite e
lipodistrofia localizada. Há também indicação pós lipoaspiração, como complemento da cirurgia.
Podemos utilizar a eletrolipoforese para diminuição do perímetro em abdome, coxa e quadril.
Há
também, discreta, porém não espetacular, perda de peso, melhora
circulatória local e melhora da troficidade da pele da área tratada.
Pode ser indicada também o uso da eletrolipoforese na lipodistrofias
localizadas, nas complicações de "placas onduladas" após a lipoaspiração
e a ptose abdominal e das nádegas.
CONTRA-INDICAÇÕES:
• Transtornos cardíacos (alteração do rítmo e
da condução; insuficiência cardíaca) e portadores de marca-passo e
cardiopatias congestivas;
• Pinos ou placas no corpo, em áreas onde a corrente elétrica será aplicada;
• Gravidez em qualquer idade gestacional;
• Paciente renais crônicos (insuficiência renal)
• Trombose venosa profunda ou estado venoso catastrófico.
• Patologias ginecológicas, tipo fibroma uterino;
• Utilização de medicamentos, como corticosteróides, e anticoagulantes ;
• Progesterona;
• Alterações dermatológicas na área a tratar (Dermatites, dermatoses, feridas, inflamações,
eczemas, etc.)
• Epilepsia
A técnica realizada de forma inadequada pode levar a ocorrência de alguns incidentes:
- O paciente sente dor no momento exato da implantação da agulha.
- Surgem equimoses após a sessão, devido a pequenas veias superficiais que são picadas
desastrosamente ou, então, por um erro na manipulação de implantação atingindo tecido muscular.
- Durante a sessão, o paciente queixa-se de leves contrações musculares, é preciso verificar
se as agulhas não atingiram o plano muscular.
A
Eletrolipólise é um método eficaz, que tem sua efetividade ampliada
quando temos ele conjugado com outros métodos, tais como Carboxiterapia, Ultrassom e a
Ionização, formando esses quatro equipamentos uma rotina que dará,
certamente, uma resolução a vários aspectos no tratamento da celulite e
gordura localizada.
Não esqueçam de sempre usar filtro solar, faz bem para a pele e para saúde!
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